
Pedro Leopoldo surgiu a partir das expedições chefiadas por Fernão Dias, que vieram em busca de pedras preciosas. Por volta de 1680, os bandeirantes abriram caminhos pelo interior do Brasil e chegaram à região, formando pequenos povoados.
Com o tempo, muitos índios e escravos permaneceram no local, cultivando a terra para abastecer novas expedições. Assim, o povoado começou a se estabelecer.
Em 1893, Antônio Alves iniciou a construção de sua fábrica de tecidos, inaugurada em 1895. Nesse mesmo período, foi inaugurada a Estação Ferroviária da Central do Brasil, chamada Dr. Pedro Leopoldo, em homenagem ao engenheiro responsável pela obra, falecido no ano anterior.
Em 1901, líderes políticos locais conseguiram que Pedro Leopoldo fosse elevado a distrito de Santa Luzia. Depois, pela Lei Estadual nº 843 de 1923, o município foi oficialmente criado e instalado em 27 de janeiro de 1924, sendo elevado à categoria de cidade em 1925. O primeiro prefeito foi Romero de Carvalho, que também presidia a Câmara Municipal e foi um dos principais articuladores da emancipação do município, governando de 1924 a 1927.

Após reunião com fazendeiros da região, Antônio Alves iniciou, em 1893, a construção da fábrica de tecidos, inaugurada dois anos depois.
A indústria fazia parte do movimento mineiro de fábricas têxteis, financiadas com recursos vindos da agricultura e da pecuária.
A estrutura original era toda de madeira e foi demolida na década de 1970 para dar lugar à ampliação da fábrica. Apenas a antiga porta foi preservada e reaproveitada na reforma do Casarão da Fábrica.
A Fábrica atraiu diversas famílias que vieram trabalhar na produção e manutenção. Para abrigar os operários, foram construídas casas ao redor da fábrica, formando um quadrado — daí o nome “Quadro”. Com o crescimento da produção e a instalação de uma nova unidade de branqueamento de tecidos, outras moradias foram erguidas nas proximidades, como nas ruas Nossa Senhora da Saúde e São Paulo. Hoje, restam apenas algumas casas antigas, usadas como apoio às atividades fabris.

Francisco Cândido Xavier, o inesquecível Chico Xavier, nasceu em 2 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo.
Filho de João Cândido Xavier, operário da Fábrica de Tecidos e vendedor de bilhetes, e de Maria de São João de Deus, lavadeira, Chico ficou órfão de mãe aos 5 anos. Trabalhou desde cedo: começou na Fábrica de Tecidos, depois em um bar, em um armazém e, por 25 anos, na Fazenda Modelo, até se aposentar por invalidez em 1961, já em Uberaba.
Ao longo da vida, psicografou mais de 500 livros, traduzidos para vários idiomas e com mais de 50 milhões de exemplares vendidos. Ele doou todos os direitos autorais a instituições beneficentes. Chico dedicou sua vida a ajudar os necessitados e se tornou uma das figuras religiosas mais admiradas do Brasil e do mundo.
Recebeu inúmeras homenagens, entre elas:
- Medalha da Inconfidência (1981)
- Indicação ao Prêmio Nobel da Paz (1981)
- Comenda Chico Xavier, criada pela Câmara Municipal (1995)
- Comenda da Paz Chico Xavier, do Governo de Minas (1999)
- Eleito o Mineiro do Século (2000)
- Eleito O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, pelo SBT (2012)
- Faleceu em 30 de junho de 2002, deixando o exemplo de que “a melhoria do mundo começa em cada um de nós”.
- Em Pedro Leopoldo, seu legado é lembrado com diversas homenagens, como:
- Praça Chico Xavier (1980)
- Semana Cultural Chico Xavier (2017)
- E as instituições espíritas fundadas por ele:
- Centro Espírita Luiz Gonzaga (1927)
- Centro Espírita Meimei (1952)

A Estação Ferroviária Dr. Pedro Leopoldo foi construída em 1895, em terreno doado pela Fábrica de Tecidos — até então, a principal atividade econômica da cidade. Inicialmente chamada de Parada da Cachoeira, passou a ter o nome do engenheiro Dr. Pedro Leopoldo após seu falecimento.
Com o tempo, a estação se tornou o principal cartão postal e ponto de referência da região, impulsionando o comércio e o transporte local. Atualmente conhecida como Praça da Estação, recebe inúmeros eventos e é um espaço de lazer e entretenimento para as famílias.

Criada em 1918 pelo governo federal para incentivar a agropecuária, a Fazenda Modelo transformou Pedro Leopoldo em referência nacional. Lá trabalhou Chico Xavier por muitos anos. Mais tarde, o local abrigou o Laboratório Nacional de Referência Animal (LARA), hoje Lara-MG.
Desde 1993, a área de 448 hectares é utilizada pela UFMG para ensino, pesquisa e extensão. Existe um projeto para transformar o espaço em um Centro de Produção Sustentável, aberto à visitação, com áreas de convivência, núcleos de criação animal e trilhas para lazer.

Em 1673, o bandeirante Fernão Dias enviou uma expedição para o interior de Minas em busca de esmeraldas. Ele se estabeleceu na região que hoje corresponde a Pedro Leopoldo e construiu uma casa e uma capela, dando origem ao Arraial do Sumidouro — nome inspirado em um grande rochedo onde um ribeirão desaparece em sua base.
Mesmo após sua morte, as expedições continuaram partindo dali. Até hoje, é possível visitar a Casa de Fernão Dias e a Capela de Nossa Senhora do Rosário, testemunhos desse período.

Os vestígios arqueológicos de Pedro Leopoldo estão entre os mais antigos da América. Há mais de 15 sítios arqueológicos na cidade, com pinturas rupestres, fósseis humanos e artefatos. O mais famoso é o da Lapa Vermelha IV, onde foi encontrado o fóssil de Luzia, a mulher mais antiga das Américas, com cerca de 12 mil anos. Estudos indicam que Luzia tinha traços africanos, levantando novas teorias sobre a origem dos povos americanos.

A região foi povoada inicialmente por bandeirantes, índios e tropeiros. Com o tempo, as fazendas locais passaram a produzir alimentos e criar gado para abastecer as regiões mineradoras de Minas. A chegada da estrada de ferro, em 1895, e a indústria têxtil transformaram Pedro Leopoldo em um importante centro econômico e deram origem à cidade que conhecemos hoje.